Observatório: Democracia Digital e Governo Eletrônico

Observando o twitter

  • Governo eletrônico
  • Inclusão digital
  • Sociedade do conhecimento

Observando pelos mapas

  • Conselhos de Segurança Pública em SC
  • Defesa Civil no Brasil
  • Instituições de Saúde Pública
  • Instituições de Segurança Pública em Santa Catarina
  • Postos de Coleta de Resíduos
  • Promotorias de Justiça em SC
  • Órgãos Ambientais de Fiscalização

Observando as bibliotecas digitais

  • Cairn - francês

Projetos do grupo

  • Repositório de trabalhos
  • Projeto Mapas observatório
  • Revista Democracia e egov

Projetos de pesquisa

  • Aírton José Ruschel
  • Edson Rosa Gomes da Silva
  • Egon Sewald Junior
  • Giovani de Paula
  • Juliano Tonizetti Brignoli
  • Marciele Berger Bernardes
  • Marcus Vinicius A S Ferreira
  • Paloma Maria Santos

Postagens do grupo

  • Geovana (16)
  • Giovani (25)
  • Grasiela (8)
  • Juliano Brignoli (7)
  • Lazzari (2)
  • MarcusVinicius (10)
  • RUSCHEL (82)
  • STRAPAZZON (29)
  • aires (69)
  • cella (5)
  • edson (44)
  • egon (7)
  • golin (5)
  • helio (19)
  • marciele (20)
  • paloma (18)

Observatório do governo eletrônico


Novo portal: http://egov.ufsc.br/portal/


Seguir no twitter: http://twitter.com/#!/observaoegov

8 de jul. de 2009

O Estado manipula os corpos e a ciência manipula a vida

O homem máquina: a ciência manipula o corpo. Cia das Letras,2003

Será que com argumentos biológicos será possível assegurar direitos? Essa é uma pergunta muito freqüente nos debates atuais sobre os impactos da manipulação tecnológica das formas de vida. Mas, bem observada, é uma pergunta que se relaciona, de uma maneira nova, com os temas do jusnaturalismo.

Os direitos podem derivar dos fatos? Só que agora a pergunta seria: se é possível alterar fatos futuros, também é possível adequar os sujeitos a regimes preferenciais de direitos?

As ciências da natureza foram muito mais afetadas pelas novas tecnologias do que as ciências humanas. Receberam muito mais investimentos: preocupadas em compreender a dinâmica da vida e dos corpos não biológicos, as ciências da natureza dominam os movimentos dos corpos e as características dos corpos físicos.

Já as ciências humanas, com muitos menos investimentos, receberam muito menos apoio tecnológico para resolver equações sobre a natureza da ação e da interação humana (dos corpos entre si, das interrelações dos homens, de sua convivência), portanto, para produzir soluções novas sobre os temas da ordem e do conflito.

Um dos efeitos das novas tecnologias sobre as sociedades é o simples fato se os multimilionários investimentos estão sendo feitos na inteligência dos corpos e da vida, e não para gerar mais inteligência sobre a ação e a interação humana.

É bem sabido que um dos mais conhecidos efeitos das novas tecnologias e as ciências da natureza produziu a biotecnologia: o que se pode perguntar, doravente, é se a biotecnologia pode alterar a forma do welfare state.

Sim, pois esse estado de políticas públicas está calcado na idéia de Seguridade e Previdência social. Mas nasceu num paradigma segundo o qual a seguridade e a previdência é usar recursos públicos para manter os corpos saudáveis, isto é, retirar deles eventuais males que os impedem de ser “normais”.

Há, aí, uma concepção de felicidade. No entanto, a biotecnologia pode alterar essa concepção: a vida feliz pode ser muito mais do que isso. Pode haver uma plus-felicidade decorrente de medicamentos que assume o papel da psicologia, da psicanálise, do erotismo e dos cuidados dietéticos.

Se os padrões estéticos e comportamentais puderem ser gerados por soluções biométicas, é de se perguntar se tais soluções podem ser concebidas como direitos de todos: novos direitos de, por exemplo, sermos magros, altos e não depressivos?

As novas relações entre tecnologia e saúde podem gerar, também uma nova era de despersonalização das responsabilidades humanas e objetivização dos humanos. Bem observado, a era do capitalismo de alto consumo é a mais favorável para a desumanização pela tecnologia. Não só pelas cirurgias plásticas mas também pelas possibilidades que se abrem às famílias de fazer escolhas sobre seus filhos, e no limite, sobre seus comportamentos futuros.

Isso pode ser um passo para autorizar o Estado a fazer escolhas sobre as populações, e nessa medida, de se responsabilizar pelas ações e interações humanas decorrentes dessas autorizações. A autonomia e a liberdade individual tendem, numa sociedade de alto consumo a deixar de ser um peso e a se transferir para as soluções tecnológicas. A tecnobiologia, como se vê, recupera o tema da autonomia, liberdade individual e livre-arbítrio. Mas seria possível produzir uma consciência e controlar cientificamente as consciências?

É sabido que a consciência depende do corpo. Mas a ação consciente depende dos estados corporais? Melhorar o corpo é melhorar a consciência? Nada indica, no entanto, que haja um nexo de causalidade tão simples entre matéria e consciência (caracterizada pela continuidade e heterogeneidade) como existem entre matéria e matéria. (69)

Parece que o cérebro pode provocar movimentos (quaisquer movimentos), mas tudo indica que controlar os cérebros e os movimentos do corpo é insuficiente para gerar conteúdos psíquicos(73)

O biopoder
A partir do Estado de bem estar social o tema da natalidade, fertilidade, reprodução, saúde das crianças, saúde e duração da vida das populações, o tipo dos alimentos, tudo isso vai ao centro das preocupações políticas. A melhoria das condições eugênicas da população funciona como política de padronização, do controle e da paz.

A potência da morte (símbolo da soberania) e mesmo o tema da vigilância preventiva das ações e interações, são transpassados também pela administração estatística da natalidade, longevidade, mortalidade dos corpos: é a emergência da gestão pública e calculada da vida. Potência de morte, disciplina e biopoder passam a caracterizar o poder estatal contemporâneo.

A racionalidade do estado de bem-estar se importa menos com as regras (leis) do que com as médias (normas). Uma nova tecnologia do saber torna-se agora mais relevante do que os inquéritos policiais: é exame médico preventivo que emerge como central para controlar a vida, ao menos a médias das vidas.

A decifração dos códigos genéticos é mais do que conhecer o homem, é conhecer a dinâmica da vida para aplicá-la na padronização das condições de saúde das populações. É, na realidade, o último grau do biopoder: é a tecnologia imitando a vida, ou seja, a serviço de outras aplicações a partir da dinâmica da vida (nanotecnologia, novos materiais, novos líquidos, novos gases). Disso emerge uma nova consciência ecológica.

O infoespaço e infracorpo:

Qual é o corpo capaz de resistir aos desafios do tempo futuro? O corpo humano, como conhecido pela ciência médica moderna é um objeto obsoleto?
O ciberespaço traz uma solução para a sempre desejada fuga do corpo. Conectados ao ciberespaço ‘tudo que é sólido desmancha no ar’: os corpos se dissolvem. (124)
O corpo eletrônico produz uma sensação de potência, de imunidade, de não inferioridade (pois não produz, necessariamente, a sensação de superioridade). Livre de “imposições naturais” e religiosas (unidade do corpo, sexo, raça, nome, nacionalidade, condição econômica, pecado), é o reino da autonomia: nele pode até desaparecer a responsabilidade.

Até mesmo sensações (dor, prazer, tensão, medo) poderão ser transmitidas ao corpo pela ponta dos dedos ou por outras soluções tecnológicas conectadas ao corpo ou com a exposição do corpo físico a elas. (132)

Tese: Todos somos um OUTRO potencial, basta que múltiplos corpos se toquem: a massa é nossa virtualidade. A massa (rede?) é uma potencia absolutamente concreta de estabelecer ligações, de formar novas unidades, de integrar o disperso. (161)
Postado por Carlos Luiz Strapazzon às 11:52
Marcadores: disciplina egov 092, STRAPAZZON

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial
Assinar: Postar comentários (Atom)

Links vinculados ao grupo

  • professorando
    Novo portal do professorando
  • e-judiciario
    Maratona PJe
  • Encontro de Governo Eletrônico e Inclusão Digital
    Investasi Tepat Untuk Anak
  • buscalegis
    FRANÇA - Peculiaridades jurídicas do comércio eletrônico
  • Complexidade, conhecimento e sociedade em rede
    NOVO PORTAL da disciplina complexidade, conhecimento e sociedade em rede
  • Laboratório de Informática Jurídica
    NOVO PORTAL da disciplina informática jurídica
  • Biblioteca 325
    NOVO PORTAL da biblioteca do grupo
  • Projetos 325

Disciplinas

  • Disciplina egov 093 (50)
  • Disciplina egov 102 (17)
  • Disciplina egov 103 (25)
  • disciplina egov 092 (34)

Alunos

  • AnaLuisa (4)
  • Angela Iara Zotti (2)
  • Claudia (6)
  • Claudia Bueno (4)
  • Eloi Yamaoka (9)
  • Grasiela (8)
  • Isabela (2)
  • José Paulo (2)
  • Juliano Brignoli (7)
  • Katia (8)
  • Leonor (5)
  • Liz Lanzoni (16)
  • Michella (1)
  • Vanessa Barros (3)
  • canut (5)
  • carla (8)
  • christiano L (3)
  • eloise petter (6)

Eventos

  • Alagoas Digital (4)
  • CONPEDI (2)
  • EVEGOV (7)
  • JAIIO (6)
  • cebit (1)
  • ciawi (1)
  • congesp (1)
  • dexa (1)
  • eges (1)
  • egovis (1)
  • epart (1)
  • eventos (57)
  • fcrc (1)
  • iadis (3)
  • ifip (2)
  • keod (1)
  • sieci (1)
  • subtech (1)
Tema Simples. Tecnologia do Blogger.